Quem que pode colocar marcapasso: Entenda sobre o equipamento.

O marcapasso é uma terapia estabelecida, segura e efetiva para restaurar um ritmo cardíaco adequado em certos pacientes. Diretrizes internacionais e brasileiras orientam os médicos na decisão, sempre buscando o melhor equilíbrio entre benefício e risco. 

Neste post explicamos quem são os candidatos mais comuns para colocar marcapasso, quais tipos existem, como é a cirurgia e o que esperar no pós-operatório. Se estiver preocupado com sintomas como desmaios, tontura ou cansaço inexplicado, este texto vai ajudar você a entender quando procurar um cardiologista. 

O que é um marcapasso?

Um marcapasso é um pequeno aparelho eletrônico colocado no peito que envia impulsos elétricos ao coração para controlar ou corrigir ritmos cardíacos muito lentos (bradicardias) ou irregularidades que comprometem o fluxo sanguíneo. 

O objetivo é restabelecer uma frequência e sincronização que mantenham o paciente estável e sem sintomas incapacitantes. 

Principais indicações: quem pode precisar de marcapasso.

As indicações são definidas por diretrizes internacionais e nacionais baseadas em sintomas, tipo de arritmia e risco. As indicações mais comuns incluem:

  • Bloqueio atrioventricular (BAV) de alto grau (2º grau avançado ou 3º grau completo): quando há interrupção da condução entre átrio e ventrículo, causando batimentos muito lentos ou pausas, especialmente se houver sintomas (tontura, síncope);
  • Disfunção do nó sinusal (síndrome bradicardia-taquicardia): quando o marcapasso é necessário por bradicardia sintomática associada a pausas ou sentimento de mal-estar que não responde a outras medidas;
  • Bradicardia sintomática causada por medicamentos (quando não há alternativa viável) ou por doenças degenerativas do sistema de condução;
  • Situações pós-procedimento: por exemplo, pacientes que desenvolvem bloqueios persistentes após cirurgia cardíaca ou após implante de válvula percutânea (TAVR) podem necessitar de um marcapasso;
  • Algumas miopatias neuromusculares ou condições hereditárias com alto risco de bloqueio atrioventricular. Diretrizes específicas orientam quando implantar em doenças sistêmicas. 

Nem todo ritmo lento exige marcapasso. A decisão considera sintomas, causas reversíveis (medicamentos, distúrbios metabólicos) e avaliação eletrofisiológica. A decisão é individualizada pelo cardiologista ou cardiologista eletrofisiologista. 

Tipos de marcapasso

Existem diferentes tipos, escolhidos conforme a necessidade elétrica do coração:

  • Monocameral (VVI/VVIR): estimula apenas o ventrículo; usado quando o paciente tem fibrilação atrial permanente ou situações específicas;
  • Bicameral (DDD/DDDR): estimula átrio e ventrículo, mantendo a sincronização entre câmaras (ideal em muitos casos de bloqueio AV com ritmo sinusal);
  • Ressincronizador (CRT, marcapasso biventricular): indicado em pacientes com insuficiência cardíaca e dissincronia ventricular, por exemplo QRS muito alargado. Tem objetivo terapêutico além de simplesmente tratar bradicardia;
  • Marcapassos sem fio: dispositivos menores implantados diretamente no ventrículo, disponíveis para casos específicos; ainda não substituem todos os tipos convencionais. 

Como é feita a cirurgia: o que esperar?

O implante é, na maioria dos casos, um procedimento minimamente invasivo feito em centro cirúrgico ou cateterismo:

  1. Anestesia local e sedação leve;
  2. Abertura pequena na pele, abaixo da clavícula;
  3. Introdução dos eletrodos pelas veias até o coração sob imagem radiológica e conexão ao gerador que fica sob a pele;
  4. Testes intraoperatórios para ajustar parâmetros;
  5. Alta geralmente em 24 a 48 horas. 

Idade: jovens podem colocar marcapasso?

Sim. A indicação é baseada no problema elétrico do coração, não apenas na idade. Há pacientes jovens com bloqueios congênitos, miopatias ou bradicardia sintomática que precisam do dispositivo. 

Por outro lado, muitos implantes são realizados em pessoas com mais de 60 anos por maior prevalência de degeneração do sistema de condução na terceira idade. A decisão sempre considera expectativa de vida, comorbidades e objetivo terapêutico. 

Vida com marcapasso: bateria, manutenção e limitações.

Vida útil da bateria

Costuma variar entre 5 e 15 anos, dependendo do tipo de dispositivo e uso. 

Quando a bateria se aproxima do fim, substitui-se apenas o gerador, mantendo os eletrodos se estiverem íntegros. 

Acompanhamento

Consultas regulares para checagem do dispositivo (programação, esforço de bateria, integridade dos leads). Muitos centros usam monitoramento remoto. 

Limitações

A maioria das pessoas retorna às atividades habituais. Há cuidados nas primeiras 4 a 6 semanas para evitar esforço do braço do lado do implante (permite fixação dos eletrodos). 

Dispositivos modernos têm proteção contra a maioria das interferências do dia a dia, mas aparelhos muito potentes (certos equipamentos industriais) devem ser evitados ou avaliados. 

Perguntas frequentes 

1. Marcapasso cura arritmias?

Não cura a doença de base, mas corrige ritmos lentos e previne sintomas e complicações decorrentes da bradicardia. 

2. O implante é doloroso?

O procedimento é feito com anestesia local e sedação. O desconforto pós-operatório é esperado, mas controlável com medicação. 

3. Posso fazer exames de imagem depois?

Ressonância magnética hoje é possível para muitos modelos de marcapasso (MRI-conditional). Sempre informe o centro e o fabricante do dispositivo. 

Outros exames, como raio-X e tomografia, são compatíveis com cuidados específicos. 

Se você tem sintomas como desmaios, tontura recorrente, palpitações, agende uma consulta. Conte com a experiência do Dr. Cidio Halperin para esclarecer se o marcapasso é a melhor opção para o seu caso. 

Clínica Cidio Halperin

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Porto Alegre/RS