Palpitação em adolescentes: quando é benigno e quando investigar.

Palpitação em adolescentes é comum, mas nem sempre inofensiva. Além do mais, a sensação de que o coração bate rápido, falha ou pula pode assustar pais e jovens. 

Na adolescência, esse sintoma é muito frequente e, na maioria das vezes, não indica doença grave. Ainda assim, você precisa saber diferenciar o que é benigno daquilo que merece investigação imediata. 

O que são palpitações?

Palpitações são a percepção exagerada dos batimentos cardíacos. Um adolescente pode descrevê-las como coração acelerado, peito tremendo ou pulso saindo pela boca.

As palpitações podem vir de:

  • um ritmo normal, mas mais acelerado ou mais percebido;
  • um ritmo alterado, como uma arritmia;
  • um batimento extra isolado;
  • ou até causas não cardíacas, como ansiedade, anemia, tireoide ou estimulantes.

Causas mais comuns de palpitação em adolescentes

Em jovens saudáveis, esse sintoma costuma estar ligado a variações normais do ritmo cardíaco.

Entre as causas mais frequentes estão a ansiedade e ataques de pânico, ingestão excessiva de bebidas com cafeína ou energéticos, falta de sono, anemia, uso de alguns medicamentos e esforço físico. 

No coração propriamente dito, as arritmias como extrassístoles (batimento extra) ou taquicardias supraventriculares (SVT) também aparecem com relativa frequência em adolescentes. 

Identificar contexto, como sono, alimentação, emoções e esforço físico, ajuda muito a distinguir causas benignas das que exigem investigação.

Sinais de que as palpitações provavelmente são benignas

O quadro tende a ser benigno quando as palpitações ocorrem isoladamente, duram poucos segundos e vêm associadas a situações de estresse ou ansiedade. 

Também é tranquilizador se as palpitações acontecerem depois de muito café e o adolescente não apresentar desmaio, dor torácica ou dificuldade para respirar.

Exame físico normal e um eletrocardiograma (ECG) sem alterações aumentam a probabilidade do problema não ser sério.

Mesmo nos casos acima, é útil para o médico se você documentar padrões. Por exemplo, registre quando acontecem as palpitações, a duração e os gatilhos. 

Sinais de alerta: quando investigar com urgência?

Existem sinais que não devem ser ignorados. Procure avaliação imediata se houver: 

  • desmaio ou sensação de desmaio;
  • palpitação associada a dor torácica intensa; 
  • falta de ar importante; 
  • episódio súbito de fraqueza; 
  • palpitações que deixam o jovem extremamente cansado; 
  • história de doença cardíaca conhecida na família (morte súbita, cardiomiopatia, síncope inexplicada). 

Esses achados indicam arritmias potencialmente graves ou doenças estruturais. 

Como é a investigação inicial (o que o médico vai perguntar e examinar)

A avaliação começa com uma anamnese detalhada: quando as palpitações começaram, frequência, duração, fatores desencadeantes (café, drogas, exercícios), sintomas associados (tontura, dor torácica, desmaio) e histórico familiar de morte súbita ou arritmias. 

O exame físico busca sinais de anemia, febre, alteração da pressão arterial, sopros cardíacos ou sinais de insuficiência cardíaca. 

O ECG (eletrocardiograma) é o primeiro exame complementar e pode identificar arritmias, sinais de pré-excitação (síndrome de Wolff-Parkinson-White) ou alterações eletrolíticas.

Exames complementares: quando e por quê.

Se o ECG for normal, mas as palpitações forem frequentes ou sintomáticas, o médico pode solicitar monitorização com Holter (registro do ritmo por 24 a 48 horas ou mais) para capturar arritmias intermitentes. 

Ecocardiograma (ultrassom do coração) é indicado quando há suspeita de doença estrutural ou quando a arritmia documentada é sustentada. 

Teste ergométrico ou estudo eletrofisiológico, em casos selecionados, como SVT recorrente, também podem ser úteis. Em adolescentes com sinais sistêmicos, exames para anemia ou função tireoidiana ajudam a investigar causas não cardíacas.

Principais arritmias em jovens e o que costumam significar

Extrassístoles ventriculares ou atriais (batimentos extras) são comuns e muitas vezes benignas em coração estruturalmente normal. 

Já a taquicardia supraventricular (SVT), que pode provocar episódios rápidos e bem percebidos de palpitação, é uma arritmia que frequentemente aparece na infância e adolescência. Em muitos casos, a SVT é tratável por ablação com curativo de alta taxa de sucesso. 

A pré-excitação (síndrome de Wolff-Parkinson-White) merece atenção especial, pois em raros casos pode predispor a ritmos perigosos.

Tratamento e condutas: do sintomático ao intervencionista.

Para palpitações benignas ligadas a ansiedade, sono ruim ou estimulantes, medidas simples costumam ser eficazes. Procure reduzir cafeína, melhorar o sono e testar técnicas de relaxamento.

Quando há arritmia diagnosticada e sintomática, as opções vão desde medicação antiarrítmica até ablação por cateter em centros especializados. Em casos de causas não cardíacas, como anemia ou hipertireoidismo, tratar a condição subjacente costuma resolver as palpitações.

Sinais de alerta como síncope, dor torácica com esforço, comprometimento hemodinâmico, histórico familiar sugestivo exigem investigação imediata para excluir arritmias graves ou doença estrutural. 

Se você é pai, mãe de um adolescente com palpitações e quer esclarecer suas preocupações, entre em contato e agende uma consulta com o Dr. Cídio Halperin.

Clínica Cidio Halperin

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Porto Alegre/RS