Arritmia silenciosa: como identificar?

Existe uma arritmia silenciosa, ou seja, que pessoas carregam sem perceber (sem sintomas) e que pode provocar um derrame ou piorar o coração sem aviso. Por isso, se você tem fatores de risco (idade, hipertensão, diabetes, histórico vascular) ou episódios breves de palpitação, não ignore.

Detectar cedo pode salvar a função cardíaca e reduzir risco de AVC. Neste post, veremos como identificar a arritmia silenciosa, quais exames devem ser feitos e exatamente o que o especialista fará por você.

O que é “arritmia silenciosa” e por que ela assusta

Uma arritmia silenciosa geralmente refere-se a episódios de ritmo cardíaco anormal, frequentemente fibrilação atrial (FA). que passam despercebidos pelo paciente porque não causam sintomas óbvios.

Ainda assim, esses episódios podem permitir a formação de coágulos no coração que migram para o cérebro e causam AVC. A fibrilação atrial assintomática tem papel importante no risco de acidente vascular cerebral e muitas vezes só é descoberta tardiamente, após o surgimento de alguma complicação.

Como um especialista pensa sobre um caso silencioso

Quando você procura um cardiologista especializado em arritmias cardíacas, e  suspeita de arritmia silenciosa, o profissional segue um raciocínio objetivo: 

  • Confirmar se há arritmia cardíaca;
  • Qual o tipo de arritmia cardíaca;
  • Quantificar sua frequência e duração;
  • Avaliar o eventual risco de derrame (AVC);
  • Estudar a estrutura e função do coração para planejar tratamento.

Esse fluxo diagnóstico-terapêutico é o que reduz chances de acidente vascular e melhora qualidade de vida, mesmo quando a arritmia não causa sintomas.

Exames para detectar arritmias cardíacas que “não doem”

Detectar um episódio que não é contínuo exige estratégia. Existem exames rápidos e outros de monitorização prolongada, a escolha depende de quanto o médico suspeita da arritmia.

  • ECG de repouso: é o ponto de partida. Pode detectar arritmias persistentes, mas muitas arritmias intermitentes não aparecem aqui.
  • Holter (24–48h ou mais): grava o ritmo por um ou mais dias e aumenta muito a chance de encontrar arritmias breves. Hoje existem aparelhos mais modernos que ampliam esse período conforme a necessidade. 
  • Monitor implantável: para casos em que a suspeita é alta e os episódios são muito raros, um pequeno dispositivo implantado sob a pele permite monitorização contínua por meses a anos, revelando episódios que passariam totalmente despercebidos. Estes dispositivos detectam arritmias que métodos de curta duração não capturam. 
  • Ecocardiograma: avalia a anatomia e função cardíaca (ventrículos e átrios), presença de estase que favoreça trombos e condições associadas (valvopatias, disfunção ventricular).
  • Teste Ergométrico: auxilia na avaliação de eventuais arritmias desencadeadas pelo esforó.
  • Testes laboratoriais: função tireoidiana, eletrólitos e outros exames podem identificar causas reversíveis de arritmia. Em alguns cenários, ressonância cardíaca ou testes de imagem avançados são indicados para investigar enfermidades estruturais.

Cada exame tem limitações e indicações específicas, por isso a importância de um especialista que interprete os dados à luz do quadro clínico. 

Como o especialista transforma o resultado dos exames em ação

O cardiologista fará, passo a passo:

Confirmar o diagnóstico

Interpretar o registro do ritmo (ECG, Holter, monitor) para identificar o tipo de arritmia.

Estratificar risco de AVC

Quando se trata de fibrilação atrial, utiliza-se ferramentas reconhecidas para estimar o risco de acidente vascular cerebral e decidir sobre anticoagulação. Essa avaliação é parte central do plano, é uma das ações que mudam prognóstico.

Diretrizes nacionais e internacionais auxiliam essa decisão. 

Decidir tratamento (medicamentos x intervenção)

Dependendo da duração e do efeito da arritmia, o especialista opta por controlar a frequência cardíaca, tentar manter o ritmo normal (ritmo sinusal) com medicamentos, ou indicar ablação por cateter para eliminar o foco elétrico anômalo.

A ablação é um procedimento consagrado para muitos tipos de arritmia e, quando bem indicada, oferece alívio sintomático e redução de recorrência. 

Avaliar necessidade de dispositivos

Em casos de bradicardia ou pausas significativas, pode ser indicado o implante de marcapasso; em situações de risco arrítmico maior, um tipo diferente de marcapasso chamado de cardioversor-desfibrilador implantável (CDI) pode ser discutido.

Acompanhamento e prevenção

Controle de fatores de risco (hipertensão, diabetes, apneia do sono, obesidade), revisão de medicamentos e monitorização periódica.

Ablação: quando é indicada e o que esperar.

Para muitas arritmias que não respondem adequadamente a medicamentos ou que prejudicam a qualidade de vida, a ablação por cateter é uma opção precisa.

O procedimento é feito por um eletrofisiologista que mapeia as áreas elétricas anômalas e aplica energia para isolá-las. É minimamente invasivo, realizado por cateterismo, e costuma ter recuperação rápida, mas, como todo procedimento, tem riscos que o especialista explicará detalhadamente.

Por que não esperar: sinais que merecem investigação imediata

Mesmo sem sintomas intensos, procure avaliação se houver: palpitações frequentes, sensação de descompasso no peito, episódios breves de tontura, desmaio, falta de ar sem causa óbvia, ou histórico familiar de arritmias.

Para quem tem fatores de risco vascular (hipertensão, diabetes, tabagismo, histórico de AVC), a suspeita deve ser ainda mais baixa, a investigação precoce muda o prognóstico.

Para avaliação especializada e rápida, entre em contato com Dr. Cidio Halperin, cardiologista com foco em arritmias e procedimentos eletrofisiológicos. Agende sua consulta para discussão dos exames apropriados (ECG, Holter, monitor implantável, ecocardiograma) e um plano individualizado de prevenção e tratamento.

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Clínica Cidio Halperin

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Porto Alegre/RS