A terceira idade exige atenção especial ao coração, mas envelhecer não significa, necessariamente, perder qualidade de vida. Com acompanhamento médico, controle dos fatores de risco, atividade física orientada e revisão periódica das medicações, é possível ser mais saudável e ativo.
Este guia explica o que é preciso saber para manter o coração de idoso saudável, como exames importantes, ajustes de estilo de vida, medicações frequentes e monitoramento médico recomendado.
Por que o coração de idoso muda com a idade?
Com o envelhecimento ocorrem alterações naturais no sistema cardiovascular.
As paredes das artérias tendem a ficar menos elásticas, as válvulas cardíacas podem apresentar degeneração e o próprio músculo cardíaco pode responder de forma diferente a esforço e a doenças.
O resultado é que as doenças cardiovasculares se tornam a principal causa de morte e incapacidade em pessoas idosas.
Quais são os principais riscos e fatores que devemos controlar?
Os fatores de risco que mais contribuem para problemas cardíacos no idoso são, em grande parte, os mesmos da população em geral.
Porém, o impacto nessa faixa etária costuma ser maior por causa da idade e comorbidades:
- Hipertensão arterial, ou pressão alta, contribui para AVC, insuficiência cardíaca e doença coronariana;
- Diabetes aumenta o risco de aterosclerose e acometimento coronariano;
- Dislipidemia, ou colesterol alto, favorece acúmulo de placas nas artérias;
- Sedentarismo, a falta de atividade física, está relacionado à ocorrência de hipertensão, diabetes e colesterol alto;
- Tabagismo, consumo excessivo de álcool e dieta inadequada são fatores que agravam as comorbidades.
Exames e avaliação: o que não pode faltar.
O médico definirá quais exames são necessários de acordo com a história clínica e sintomas do paciente, mas frequentemente são solicitados:
- Avaliação clínica completa: pressão arterial, ausculta, exame cardiovascular geral;
- Eletrocardiograma (ECG): avalia ritmo e alterações agudas ou crônicas;
- Exames de sangue: glicemia, hemoglobina glicada, perfil lipídico, função renal e eletrólitos;
- Ecocardiograma: para medir função ventricular, avaliar válvulas e identificar alterações estruturais;
- Teste de esforço ou avaliação funcional: escolhido com critério em idosos, quando necessário;
- Monitorização ambulatorial (Holter): se houver suspeita de arritmias.
As diretrizes brasileiras e internacionais enfatizam que a avaliação do idoso deve ser individualizada, considerando fragilidade, comorbidades e expectativa de vida ao decidir exames e tratamentos.
Atividade física: quanto e que tipo é seguro?
O objetivo é aumentar o movimento e a capacidade funcional, não realizar maratonas. Para a maioria dos idosos, recomenda-se:
- Atividade aeróbica regular: caminhada, hidroginástica, pedalar em ritmo leve-moderado por pelo menos 150 minutos por semana;
- Exercícios de força e equilíbrio: 2 a 3 vezes por semana para preservar massa muscular, reduzir quedas e melhorar independência;
- Adaptações: em presença de limitações, como artrose ou insuficiência cardíaca, as atividades precisam ser adaptadas e supervisionadas por profissional de saúde ou educador físico.
Pequenos incrementos no movimento diário já trazem benefícios importantes à saúde do coração e do cérebro.
Medicações comuns e pontos de atenção
Muitos idosos usam medicações para controlar pressão, colesterol, diabetes e prevenir tromboses. É importante fazer alguns apontamentos.
Anti Hipertensivos: o controle da pressão deve ser personalizado, não igual para todos. Deve-se prestar atenção para sintomas de hipotensão como tontura e quedas.
Estatinas: são eficazes na prevenção de eventos isquêmicos em muitos idosos. A indicação deve considerar risco global e tolerância. Diretrizes discutem uso de estatinas em idosos com avaliação clínica individual.
Anticoagulação ou antiagregação: indicada quando há fibrilação atrial ou história de trombose ou infarto, mas exige avaliação do risco de sangramento versus benefício.
Em prevenção primária (sem doença estabelecida), o uso rotineiro de aspirina em idosos deixou de ser recomendado sem indicação específica por aumento do risco de sangramento. Decisões desse tipo devem ser tomadas pelo médico.
Polifarmácia: o uso de múltiplos fármacos exige que o cardiologista faça uma revisão periódica para evitar interações e efeitos adversos.
Nunca suspenda nem ajuste medicação sem orientação médica.
Quando procurar o cardiologista com urgência?
Procure atendimento médico imediatamente se surgir dor no peito súbita ou sensação de pressão no peito.
Falta de ar intensa, inchaço súbito em pernas, tontura severa ou desmaio também são sinais claros de alerta. Da mesma forma que palpitações intensas acompanhadas de mal-estar.
Esses podem ser sinais de infarto, embolia, insuficiência cardíaca aguda ou arritmia grave e você deve procurar um cardiologista imediatamente.
Dicas práticas para familiares e cuidadores
- Ajude a monitorar pressão arterial e adesão a medicamentos;
- Incentive atividade física segura e alimentação balanceada. Menos sal, mais fibras e vegetais;
- Observe alterações de memória, equilíbrio e disposição que podem sinalizar problemas cardíacos ou efeitos de medicação;
- Providencie revisões médicas regulares e leve lista de medicamentos em todas as consultas.
Perguntas Frequentes
1. Idoso sem sintomas precisa de cardiologista?
Sim. Consultas periódicas identificam fatores de risco e previnem eventos, especialmente se houver hipertensão, diabetes, colesterol alto ou histórico familiar.
2. Qual a melhor dieta para o coração na terceira idade?
Padrão alimentar semelhante à dieta mediterrânea (mais peixes, frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras saudáveis) é recomendado, com atenção a sódio e porções.
3. Tomar menos remédio é sempre melhor?
Nem sempre. Reduzir medicação sem avaliação pode aumentar risco de eventos. Porém, a diminuição da medicação, quando indicada, é importante e deve ser feita pelo médico.
Seu coração merece atenção especial na terceira idade. Entre em contato e agende uma consulta com o Dr. Cidio Halperin. Uma avaliação detalhada pode melhorar sua saúde e sua qualidade de vida.

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